domingo, 8 de fevereiro de 2009

Como ser delicado




Dentre as inúmeras questões da cena, há uma que parece cada vez mais rara em tempos de espetáculos pouco dados a experiências mais profundas: a delicadeza, a cena com delicadeza.
Ahhh.... quanto tempo que não assistia a um espetáculo capaz de mostrar o humano de maneira tão delicadamente interessante. Que bom que existe o Inventário, que bom que existe gente tão boa estudando o palhaço da maneira que ele merece.
O relação humana vira elemento e é absorvida pelo elenco em sua experiência pelas enfermarias de alguns hospitais pediátricos cariocas. Ela é apresentado com toda a sua complexidade, essa complexidade das coisas que vivemos e não damos conta, mas que é insistimos falar mesmo assim. Falar delicadamente é sem dúvida um dos grandes achados da cena teatral. Neste espetáculo a delicadeza é esperanto.




Serviço:



INVENTÁRIO - O QUE SERIA ESQUECIDO SE A GENTE NÃO CONTASSESESC Avenida Paulista
16/01 a 01/03. Sexta a domingo, às 21h30.

Direção: Andrea Jabor e Beatriz Sayad. Elenco: César Tavares, Dani Barros, Flávia Reis e Marcos Camelo Produção: Doutores da Alegria Inventário não é um espetáculo “inventado”. É um espetáculo narrado a partir do que os artistas dos Doutores da Alegria viram, viveram, lembraram, sonharam, temeram, reinventaram, inventariaram. O espetáculo, destinado à platéia adulta, é resultado de uma criteriosa pesquisa sobre o palhaço contemporâneo e sua capacidade de intervir e transformar a realidade. Depoimentos comoventes e bem humorados mostram um pouco da insólita experiência de ser palhaço em uma enfermaria pediátrica.

Não recomendado para menores de 14 anos

R$ 20,00
[inteira]
R$ 10,00
[usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino]
R$ 5,00
[trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]



sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Rebobine Por Favor! Humanas mídias...

Eu já fiz um filme e garanto que você provavelmente já fez. Quando você pegou o celular e gravou aquela cena que você considerou única... sim meu pequeno cineasta lá estava você, fazendo um filme. Vou além, hoje em dia fazer um filme com o Windows
Movie Maker é muito simples, minha avó faz. Somos todos grandes arquivadores de cenas, memórias e momentos, não queremos largar, perder as imagens.
Em Rebobine por favor a questão não é arquivar, mas é da memória que estamos falando também. A memória do cinéfilo, a memória da cidade. Dar espaço para criar sobre a arte de maneira democrática, bom tá aí um dos grandes ganhos da tecnologia.
O filme trata de uma vídeo-locadora que esta prestes a fechar, a única locadora de VHS da cidade, condição precária dentro de uma cidade igualmente precária. Ocorre que os filmes da locadora são apagados das fitas (por motivos que não vou especificar) e a cidade toda se envolve em uma indústria de filmagem, onde as memórias sobre os filmes são os roteiros. Eu que sempre achei a tecnologia fria me vi coberta pela mais quente humanidade neste roteiro. É bom, é filme de cinéfilo, ou seja, é pra todo mundo.